Estamos programando um esbarrão,,, ou melhor, um escontrão... reunindo várias turmas de décadas distintas do Mendes de Morais. Sabemos que pequenos e grandes grupos foram se formando ao longo do tempo em torno de um mesmo tema... os tempos passados por trás daqueles muros e salas de aulas, as amizades, as recordações... enfim um fio que, invisivelmente, nos une.
O local será o próprio prédio do Mendes de Morais. Até agora a data mais indicada foi o terceiro sábado de agosto, dia 19. Cada grupo deve eleger seus representantes e manter contato com o vidaleve para que possamos centralizar e coordenar o evento.
Só para lembrar alguns daqueles bons momentos eis algumas das, muitas, histórias do Jaiminho. Hajam histórias!
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Enganos...
1)
Afinal a peça de teatro tinha sido um sucesso. Todo o Ginásio comentava os esquetes e eu me sentia um verdadeiro artista, embora participasse em apenas dois deles.
E a nota de Matemática? Bem, quando recebi o resultado da segunda prova verifiquei que mais uma vez errara tudo. Tirara apenas um ponto. Tentei, antes de tudo, regatear alguns décimos com o professor Sérgio. Após rever sua correção, ele me disse:
- “Olhe, Jaiminho, realmente está tudo errado. É zero, mesmo... Para que ninguém se sentir diminuído, atribuo um ponto para todos os alunos que escrevam pelo menos o nome na prova... Estou achando incrível que estudando um pouco você não consiga acertar ao menos as expressões mais simples com números relativos”.
Um ligeiro engano do professor Sérgio: não havia estudado absolutamente nada do assunto, aliás havia me esquecido até do dia da prova. O resultado era o que eu esperava. Em todo o caso, procurei o professor Stélio e lhe informei que:
- “Melhorei muito em Matemática. Posso continuar no teatro. Minha nota neste mês dobrou.... (claro que não fiz nenhum outro comentário, pois havia passado de meio ponto para um ponto).”
- “Muito bem... se foi desta forma, o papel continua sendo seu.”
2)
Na aula de Educação Física, algo estranho havia sucedido. Um dia professor Barbosa me chamou a um canto e disse:
- “Estou vendo que você não gosta muito disto.... daqui em diante, após a chamada, pode sair de forma e vestir o uniforme cáqui. Faça a ginástica apenas quando quiser, quando se sentir bem.”
Achei aquilo ótimo! Dali até o final do ano, assisti a uma meia dúzia de aulas e participei do desfile da Semana da Pátria... nada mais. O que haveria acontecido para o professor Barbosa se comportar daquela forma? Está bem, eu era muito franzino, mas...
A história, no entanto, foi a seguinte. Haviam dois outros alunos, mais ou menos com o meu tipo: o Jorge Paulo, repetente da turma treze, extremamente indisciplinado, com duas suspensões anotadas e o Adilson, da turma onze.
Após o exame médico, a mãe do Adilson compareceu ao Mendes de Moraes para informar ao Dr. Chometon sobre um problema cardíaco de que padecia o seu filho. Isto o impedia de fazer muito esforço. Nem mesmo poderia participar do futebol.
Dona Lybia, ciente do assunto chamou o professor Barbosa e o informou do fato.
- “Sim... sei sim... é aquele aluno mirrado e magrinho... pode deixar que eu falo com ele.”
A Natureza tem destas coisas: Durante um ano o Adilson fora obrigado a fazer ordem unida, jogar futebol e desfilar, sem que nada de mais lhe ocorresse, enquanto eu ficava de fora, observando o grupo na sombra dos pés de oitis.
Somente no final do ano o Professor Barbosa, não sei como, foi informado da troca dos dois alunos, porém já era tarde demais. Também não soube porque levei uma bronca por não ter participado da Ordem Unida ou do futebol, coisas que detestava. Pela primeira vez não tive a menor culpa naquela encrenca toda. Acho até que o Adilson também não tinha doença alguma... do jeito que participou das aulas, se tivesse alguma coisa, certamente teria morrido...