Papo sem fim - Previsões psicológicas para 2006

Na véspera de um novo ano, simbolicamente representando a morte, sobre a qual se sustenta a vida, os oráculos, arautos de um novo começo, novas possibilidade, se apresentam. Como de hábito.

Numerólogos, tarólogos, astrólogos desfiam as novas, boas e más, que se apresentam às suas visões. Transitam sobre os sinais, interpretam-nos, traduzem-nos.

Outros transitantes sobre os símbolos são os psicólogos. Intérpretes de sonhos, dores (ocultas sob dores explícitas), em busca de encaminhar seus consulentes à descoberta da ressignificação, de novas formas de ver e sentir realidades. Realidades?

Seguindo a trilha dos oráculos, debruço-me sobre a janela da psique do mundo, olhos apertados na busca de superar minha miopia, talvez aguçada pelo excesso de luz solar, eu falo sobre 2006 por uma boca que, talvez, não seja a minha.

Prevejo ansiedades. Pequenas, médias e grandes. Expectativas.

O ser humano, como qualquer ser vivo, experimenta o medo. Parece-me que, por essa sua sofisticação, que é a linguagem, esse seu trato com os símbolos, ele também sofistica seu medo.

O ser humano não usa o seu medo apenas como um defensor de sua integridade, usa-o como um elemento do seu conviver. Assim, alguns usam o medo para assustar outros seres humanos. Uns, por puro prazer de ver caras assustadas, outros para tirar vantagens. Amedrontados são presas fáceis, cedem com facilidade, aceitam, sem muito questionar, qualquer tipo de engano que lhes dê a impressão de que estão protegidos.

Ainda há os que, ansiosos, por pura ação reativa, saem disseminando medo. Não têm o prazer de assustar ou tampouco de levar vantagem. Possivelmente são, apenas, medrosos em busca de compensações dessa sua ação de promoção do susto geral. Exorcizar fantasmas, tornarem-se iguais entre iguais, podem ser algumas das inúmeras compensações.

Os tempos são de susto, lembram um pouco e trazem em si obscuros tempos de cólera. Que de tempos em tempos se renovam.

Prevejo a desagregação concorrendo com a agregação, a colaboração, a cooperação. Prevejo a promoção da infelicidade concorrendo com a feiúra e distribuição da felicidade.

Prever isso não é lá grande vantagem. Tal previsão é apenas uma constatação disponível a todos, ainda que talvez a alguns não seja fácil. Em especial porque amedrontados, ansiosos, infelizes, não se percebem arautos e promotores de maus momentos, tristeza e infelicidade. Contribuem, sem saber como nem por que, com os interessados na fragilidade humana, sobre a qual, como hienas, podem obter seus ganhos. Infelizes e medrosos acreditam em seu poder para obter o gozo e a fuga de seus próprios fantasmas.

É bom lembrar que tais previsões, como toda e qualquer outra, são pré visões, ou seja, pelo que está visível, pelo que está acontecendo, por suas tendências, se nada em contrário ocorrer o que está previsto acontecerá.

Imagine-se olhando para o alto, um balde d’água ser atirado em sua direção e que você está exatamente na trajetória da água. Será plenamente previsível que você fique todo molhado. Se você permanece parado, olhando, o que acontece? O previsto: você encharcado! Se, no entanto, você se desloca para fora e longe da trajetória você se livra de tomar o banho previsto,

Precisamos, pois, aprender a lidar com as previsões e mudar prováveis resultados quando eles nos são desfavoráveis! Ou, pelo menos, minimizá-los. Precisamos transformar 2006 num outro 2006 que não esse previsto através de minhas alucinações psicodélicas... Psicológicas? Escolha, assim como aos seus novos rumos.

Divirta-se!

Eu me diverti bastante, por mais sérias, verdadeiras e obscuras que sejam tais previsões. Obscuras? É assim mesmo que falam os oráculos. Agora é só recorrer a seus intérpretes.

Faça e seja feliz em 2006. Como já nos disse um poeta: quem sabe, faz a hora, não espera acontecer!

Saber também se aprende, mas é preciso se aplicar, muito ouvir ao invés de tagarelar, matraquear... divulgar o medo e a incerteza...

Feliz 2006.

Faça!

Leia Mais (no Vida Leve)

Veja Também (na internet)

MOACYR WALDECK é psicólogo clínico (CRP 05-21093). Trabalhou com grupos de redução de peso, combate da ansiedade, compulsividade e estresse. Preparou vestibulandos para redução de estresse no período de provas, reforço de memória e aceleração de aprendizado. Foi instrutor de Relaxamento na SOHIMERJ, onde fez sua formação. - Tel.: (21) 9 9322-4691 – Rio de Janeiro/RJ - mowaldeck@yahoo.com.br - (veja mais)

Loja Leve

Hospedagem