Rio de Janeiro (1)

Muitos cariocas, nativos ou adotivos, não conhecem integralmente sua cidade. Nela vivem acima de 6,4 milhões de habitantes (projeção IBGE 2015) distribuídos por 160 bairros de uma geografia diversa em, quase, 1200 km2 (IBGE-2015 ou 1225, conforme a Prefeitura do Rio de Janeiro * ver obs 1).

O Rio de Janeiro é uma jovem cidade, ainda que uma das mais antigas do Brasil. Fundada em 1º de março de 1567 por Martin Afonso de Souza, tornou-se, em 1763, capital da então colônia portuguesa. Passou por inúmeras transformações até deixar de ser uma cidade pantanosa e perigosa para a saúde e receber o título de Cidade Maravilhosa.

Parte das mudanças se deve à corte portuguesa que, fugindo de tropas napoleônicas, aportou na cidade do Rio de Janeiro no século XIX. Por força dessa necessidade premente da nobreza em manter aparências, o Rio de Janeiro se torna, mais tarde, capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Título dado à colônia num faz de conta para atender ao Congresso de Viena (1814). Tornamo-nos Reino em 1815 por carta régia de D. João, o príncipe regente.

Alguns historiadores consideram que essa vinda da família real portuguesa teve duas faces.

Por um lado houve um avanço cultural para determinados segmentos da sociedade com a criação de escolas, de museus, da Biblioteca Nacional, que permitiram um avanço cultural mais rápido, além de manter sua coesão territorial já que poderíamos nos ter se transformado em vários países.

Por outro lado instalou-se uma burocracia corrupta e ineficiente, ávida por impostos e benesses parasitárias, além de criar um espírito entreguista em suas elites que se acostumou a ‘entregar o ouro ao bandido’. A sobrevivência de Portugal foi dependente da proteção dada pela Inglaterra para onde ia boa parte da riqueza subtraída ao Brasil. Algo assim como um irmão caçula que é protegido pelo irmão mais velho de moleques mais fortes em troca das figurinhas mais importantes e difíceis de sua coleção.

Ao final do texto há vários links para se saber mais a respeito do que, ora, condensamos.

A primeira morada permanente de D João, então príncipe regente, doação do comerciante português Elias Antônio Lopes, se dá no atual bairro (imperial) de São Cristóvão. Nela, atualmente, está instalado o Museu Nacional de História Natural ou, simplesmente, Museu da Quinta (da Boa Vista). Ali se processaram aterramentos de manguezais e melhoramentos vários tanto ao tempo de D João e D Pedro I. Nas cercanias: o Jardim Zoológico, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (antigo Observatório Nacional), o Museu Militar Conde de Linhares, Museu do Primeiro Reinado (casa da Marquesa de Santos), o Centro Cultural Maçônico, o Centro das Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga (Feira de São Cristóvão) e o Maracanã. Se você estiver pelo Rio na 2ª quinzena de maio terá a chance de participar do “Turismo Cultural no Bairro Imperial de São Cristóvão” (em 2016 ocorreu sua 8ª edição) onde ônibus urbanos são disponibilizados num circuito atendendo, sem custo, a visitação a parte desses atrativos. Fique de olho e, eventualmente, entre em contato conosco para maiores informações.

Ao final do texto, no "Saiba Mais" você será linkado a outra página para saber sobre localização e horário de visitação dos locais acima relacionados.

(*) obs 1 – sobre a área da cidade do Rio de Janeiro, ZANON DE PAULA BARROS oferece o seguinte esclarecimento no site Diário do Rio ( http://diariodorio.com/qual-o-tamanho-da-cidade-do-rio-de-janeiro/ ) conforme transcrição abaixo.

”Não existe a divergência de limites. O que há é divergência de mapas. Os limites da Cidade do Rio foram estabelecidos por arbitragem no início do Século XX, que deu ganho de causa ao Distrito Federal encerrando uma disputa judicial entre este e o Estado do Rio. Os limites fixados então são exatamente os mesmos estabelecidos na Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro (art. 18). A lei que criou o Estado da Guanabara expressamente determinou que seus limites seriam os mesmos do extinto Distrito Federal (Lei n. 3.752/60, art. 1º, o que a lei da fusão não alterou. Entretanto, no Governo Lacerda algum desenhista resolveu alterar o mapa do Rio e anexou-lhe grande parte da Serra do Madureira, anexação esta sem qualquer valor legal e, como pensar dá trabalho, muita gente saiu copiando tal mapa produto da cabeça de um néscio qualquer. Veja-se que mesmo no governo Lacerda (quando surgiu o primeiro mapa adulterado) reconhecia-se oficialmente os mesmos limites estabelecidos na arbitragem e repetidos na Lei Orgânica. O Decreto n. 1.656, de 24.04.1963 que tratou da organização territorial do Estado da Guanabara descreve os limites entre as regiões administrativas e entre estas e o Estado do Rio sem erros.

O IBGE em seus mapas oficiais jamais reconheceu o mapa adulterado surgido no governo Lacerda. A cabeça torta de um desenhista não tem poder para alterar uma decisão judicial nem leis. Se isto fosse possível eu sugeriria fazermos um mapa estendendo os limites do Brasil até a Europa. Como isto não é possível, a área correta é a do IBGE que acompanha os limites verdadeiros e não os do mapa adulterado. “


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