Curitiba (1)

Recém chegado de Curitiba pergunto a uma amiga, que já esteve por lá, o que ela achara. A resposta: “Não gostei, só chovia, não fiz nada, mas o pessoal do hotel foi muito atencioso. Na realidade estávamos lá de passagem. Gostei muito de um passeio de trem para uma cidadezinha da qual não me lembro o nome. Foi lindo.”

Como já havíamos comentado, gostar dos lugares, seja cidades ou locais de hospedagem depende e varia muito de pessoa para pessoa, de circunstâncias, de interesses. Espero que minha amiga possa ter outra imagem de Curitiba numa oportunidade em que a cidade esteja ensolarada. Talvez seja difícil, pois essa experiência, numa ocasião inadequada, a impeça de uma segunda tentativa.

Voltei maravilhado de Curitiba. Já estive lá várias vezes, mas, mais uma vez, foi diferente. Vi e fiz novas coisas.

O tempo foi curto e uma chuva que ia e vinha atrapalhou um pouco. Atrapalhou, mas não impediu.

Uma das diferenças: não fiquei em casa de amigos como de outras vezes. Fui para um albergue. Achei ótimo, mesmo que o café da manhã tenha sido fraquinho. Em especial por ser Curitiba.

Poucas opções (para uma momentâneo não carnívoro e não açúcar-dependente – rs). Os sabores também não eram essas coisas. Bolinhos de pacote, sucos industrializados. Há quem goste dessa terrível facilitação da vida moderna que lhe tira todo o seu sabor. Não é o meu caso e, aí, ao ler as minhas indicações de viagem, você vai me conhecendo um pouco para saber se elas se aplicam a você.

A minha amiga que me acompanhava sentiu falta de uma tv no quarto. Nem dou bola, sou um anti-televisivo, principalmente porque esse instrumento diabólico me hipnotiza, deixando-me totalmente sem ação. Não pertenço aos videotas anônimos, mas sigo suas instruções: não consumir (ver) é o melhor remédio.

A minha amiga comentou-me que a tv da sala comum, além de pequena, estava longe dos olhos e, por ser repartida por muitos, não passava nunca os programas que ela queria. Ela nunca era a primeira a chegar na sala (rs). Bem, concordamos com relação ao café da manhã, ainda que ela tenha algumas opções a mais. Não gosto de frituras no café da manhã, ela adora ovos mexidos. Ela adora açúcar. Eu também, mas restrinjo (rs). Outra disposição dos açucólatras anônimos que não sigo, ainda que não faça parte desse grupo também (rs).

Com um olhar diferente, fiquei encantado com a diversidade das construções que apreciei. Das outras vezes achei tudo bonito, dessa impressionou-me o que me pareceu ser uma escolha dos arquitetos de Curitiba: cada projeto, cores, diferentes. Era uma ode ao diverso, um contrariar à mesmice dos caixotes repetitivos que vamos acostumados a ver em diversas e específicas grandes cidades. Parece que em tais cidades os arquitetos só estão interessados em construir o caixote maior. A impressão que tive é que a repetição arquitetônica só se dá nos condomínios. E basta!

O nosso primeiro passeio no dia seguinte ao da nossa chegada foi ao Centro Histórico. Adoramos Centros Históricos! Além de chegarmos um pouco tarde, nos perdemos (melhor seria dizer ganhamos) admirando uma exposição de fotos e mosaicos. De lá demos uma passada geral nas barracas de artesanato e como a fome chegou fomos ao almoço no Sabor Brasil. Na saída, o bar ao lado nos esperava com um chorinho. Não bebemos, só ouvimos (rs). Quase treze horas, barraquinhas fechando resolvemos visitar as últimas delas. Começamos pela do José Oliva e suas caixinhas de atitudes. A nossa foi papear com ele até o término da feira. Um papo gostoso e mil dicas sobre confeitarias, sorvete e chocolate. Também a de um show que rolaria no Passeio Público.

Fomos primeiro ao Sorveteria Gaúcho, a quatro quadras de onde estávamos. Pegamos uma pequena subida, um sol forte, mas fomos escolhendo as sombrinhas e chegamos lá passando pelo cemitério, pela praça de skate e por várias fotografias. O sorvete na nossa qualificação ficou entre o razoável e o bom. Segundo o Oliva, para chegar a outros melhores teríamos que andar muito ou pegar uma condução.

Daí, mais quatro quarteirões à esquerda de onde estávamos, chegamos ao Passeio Público onde o show estava começando e o tempo mudando. Uma garoa começava molhando o chão onde poderíamos ter nos acomodado para o show. A vontade era ficar, mas com a chuva aumentando preferimos caminhar um pouco mais de volta ao Albergue. A pedida foi uma soneca e o resto do que vimos e curtimos fica para a próxima.

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