Mulheres Contemporâneas (1/2)

Os tempos são outros, muitos papéis se inverteram, mas a mulher vive, ainda, sob o véu da sua ancestralidade. Antropologicamente entendemos porque a mulher, diferentemente do homem, consegue se dividir em milhares de papéis ao mesmo tempo. Seja cuidando dos filhos, da casa (e, machismo à parte, a maioria delas assume bem mais estes papéis que o homem), trabalhando e, de quebra, ainda administrando demais pressões como as de ser bela, atraente, inteligente e bem-sucedida, ela está reproduzindo o que suas ancestrais já faziam.

O fato de gerenciar sozinha tantas coisas ao mesmo tempo, tem lhe garantido posições de destaque no mercado de trabalho, que tanto exige dinamismo, nada mais é que o aprimoramento do que aprendeu nos remotos tempos da caverna, quando cuidava da horta, das refeições, das vestimentas e da prole, enquanto o homem caçava, concentrado na mira, longe de casa.

Talvez a complexidade da mente feminina tenha raízes também naqueles tempos, quando era comum sentir-se sozinha nos seus afazeres domésticos, de universo tão distinto do masculino, e quando os questionamentos começavam a surgir.

Apenas no século passado, nos tempos de guerra, quando milhares de mulheres foram forçadas a trabalhar para o seu sustento pois os maridos não voltavam para casa, é que as mudanças começaram a surgir, abrindo caminho para o segundo casamento, até então polêmico e mal-visto à luz dos tempos. Grandes mulheres deixaram suas marcas na revolução operária, enquanto também davam o tom da moda que emergia e se glamourizava, valorizando as cores, o brilho e as curvas do corpo feminino.

Assumindo boa parte dos papéis masculinos no mercado de trabalho, mesmo sem remuneração à altura, as mulheres foram galgando seu espaço, reivindicando seus direitos, unindo-se pelas suas causas em comum. Quantas não foram julgadas e condenadas apenas por se colocarem à frente da luta que resultou em tantas mudanças nos direitos adquiridos da mulher de hoje? Milhares de mulheres morreram por nós, que hoje gozamos da liberdade que elas jamais puderam desfrutar.

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Ana Carolina Rocha é médica, professora de dermatologia e medicina estética (ISMD & CBMCE - http://www.lavitalite.com.br ) Consultora e escritora, presidente da Ong Terr'Ativa (http://www.terrativa.org ) * Rio de janeiro/RJ
* Texto originalmente publicado em http://www.idademaior.com.br/areas/corpo.htm

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