Jerusalém/Sant Compostela (3) - Final

A verdade é que mesmo no velho continente cada país tem suas peculiaridades e cada fronteira é uma mudança de mundo! Dos tons pastéis dos países muçulmanos chegamos ao azul do Mediterrâneo. O colorido do verde contrastando com as pedras claras das ilhas gregas, e o mar azul escuro nos banhava de alegria, mas para mim especialmente foi um luxo e um prazer poder mostrar as pernas e os ombros de vez em quando. O Sol faz falta à pele carioca!!

Estou na terceira página e ainda estou na Grécia? Contando as coisas aos saltos, porque não há outra maneira senão em um livro! A Grécia foi divertida e muito linda. Passar pelo Monte Olimpo, morada dos deuses, por Meteora e seus monastérios de dar vertigem e mais uma vez, muitas escaladas.

Na Grécia víamos os jatos que voavam em direção à guerra da antiga Iugoslávia. Era 1999 e já sabíamos que por terra não poderíamos passar. Uma vez mais pegamos um barco a Bari, Itália, bem na pontinha do salto da bota. A partir daí já era como estar em terreno conhecido, a Europa é muito confortável e segura pra se viajar pedalando. Participamos de alguma manifestação contra a guerra em Roma, mas não nos paramos muito. Esperavam-nos os Apeninos e os Alpes, antes de chegarmos à Península Ibérica, sem esquecermos dos Pirineos.

Os acidentes geográficos os superamos todos bem, o pior foi o vento, pegamos uma temporada na França com um vento que não nos deixava sair do lugar. Desesperador. Nesse caso pare, acampe, faça fumaça, ou pegue uma carona!

De San Jean Pie de Port, na França, ou melhor ainda, no País Basco, se começa o caminho francês, o mais popular hoje em dia para se chegar a Santiago de Compostela. Se você opta por ir pela estrada não sei bem, mas se, como nós, resolve ir pelas trilhas... buá! Inicialmente se sobe uma ladeira muito empinada, mas que compensa imensamente. A paisagem lá encima é vertiginosa, campos muitos altos, com cavalos soltos e a neve ao longe. Uma atmosfera de contos de fadas.

Um bom início para uma peregrinação que pode ter tantos motivos e atrações. As belezas, as gentes, a cultura tão diversa, o acolhimento caloroso e desinteressado por todo o percurso apesar de estar na alta temporada tão freqüentado e também, é claro, o desafio esportivo. Todo o caminho a partir daí até a cidade santa é muito bem marcado e os albergues gratuitos quase todos. Só é uma pena mesmo que Peregrino ronque tanto!

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RITA MAGALHÃES - leciona inglês e espanhol, além de ser tradutora nesses dois idiomas. Nas horas vagas passeia de bicis pela Europa (ou será o contrário?) - Teresópolis/RJ - (21) 3642-2721 / 9210-1852 * ritamaga2003@yahoo.com.br

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