Estamos de volta ao emagrecimento e às observações da Valéria. Ela encontrou um caminho. Como ela bem diz: “Hoje, com 24 quilos a menos e muito mais feliz, apesar do grande caminho a percorrer, tenho certeza que já sou uma vencedora!”
Cada pessoa faz seu caminho, mas, certamente, muitas passarão por uma mesma estrada, ou mesmos trechos dela. Logo, nada mais interessante do que conhecer um caminho já percorrido e experimentá-lo. Se não é adequado, então, busquemos outro. A vida é, entre muitas outras coisas, buscar um caminho. Como o caminho da Valéria vem dando certo, pelo menos para ela, é que abrimos um espaço no vidaleve para que ela vá contando o que fez. Quem sabe possa ser útil para você. Neste nosso papo vamos levantando algumas lebres para que não se pense que esse é o único caminho e você possa repensar o seu.
Vejamos o que nos diz a Valéria: ”Uma das características nossas, os gordinhos (carinhosamente dizendo), é cozinhar bem e gostar de tudo, tudo mesmo!”.
Bem, Valéria, aqui há controvérsias. Sempre que a gente generaliza acaba por colocar coisas diferentes num mesmo balaio de gatos. Aí podem surgir avaliações inadequadas. É preferível falar em: muitos, alguns em lugar de todos. Ficaria melhor: “Alguns gordinhos gostam de tudo...” Se todos gostassem, realmente, de tudo, as dietas não seriam tão mal vistas ou mal faladas como são (independente da maluquice que são algumas dessas dietas).
Já se comentou aqui que alguns (ou muitos) dos que estão uma faixa de peso indesejada e perigosa (para a saúde) são extremamente preconceituosos. Muitas vezes até mais do que as pessoas que, maldosamente, lhes colocam apelidos ou tratam-nos com rancor.
Algumas das pessoas acima do peso têm preconceito contra si mesmas. Algumas outras delas têm preconceitos alimentares, pois não admitem a mínima possibilidade de comer certas coisas. Em muitas vezes, a negação da possibilidade de consumir determinadas coisas é acompanhada de caras de nojo ou desdém. Há quem tenha somente(?) o preconceito em relação à comida, há quem tenha os dois.
Uma outra coisa que se encontra entre alguns (muitos) dos, chamados carinhosamente pela Valéria, gordinhos é um sentimento de baixa auto-estima (raiz do primeiro dos preconceitos acima indicados).
Descontados os poucos casos de distúrbios glandulares, o que exige necessariamente a presença de um endocrinologista, o aumento de peso vai acontecer por conta do comer inadequado, questões metabólicas individuais que, inclusive, podem ser resultado do comer indevido, estresse físico ou emocional (que pode interferir na produção hormonal ou complicar o metabolismo) etc. Teoricamente muito simples, basta atuar sobre o(s) fator(es) responsável(eis) que tudo se resolve.
Na prática é que coisa se complica. Ouçamos a Valéria:
”Depois de ter decidido emagrecer e me cuidar, comecei a elaborar um método que eu pudesse seguir...
Levantei algumas questões em relação a comportamento. Para mim, foi difícil enxergar essas coisas também. É muito difícil para algumas pessoas admitirem certos hábitos seus. Sempre nos julgamos certos e não aceitamos crítica nenhuma. Tudo o que escrevo aqui eu experimentei e sei muito bem que não foi fácil, mas não é impossível...”
Não é impossível. Você pode, mas a primeira coisa que tem que fazer é decidir. A decisão não é se dizer, e aos outros, eu quero... e ficar querendo, esperando.
A espera que envolve a redução de peso é de uma outra natureza. É fazer coisas favoráveis a você e aguardar que o tempo dê conta. Você não aumentou de peso da noite para o dia, logo não pode esperar que a redução ocorra da noite para o dia. É saber que vai mudar, mas que só muda se você, verdadeiramente, quiser mudar.